20/7/1873, Palmira, atual Santos Dumont (MG)
23/7/1932, Guarujá (SP)
23/7/1932, Guarujá (SP)
Alberto
Santos Dumont nasceu no dia 20 de julho de 1873 no sítio Cabangu, no
local que viria a ser o município de Palmira (hoje rebatizado em honra a
ele), em Minas Gerais. Filho de Henrique Dumont, de ascendência
francesa e engenheiro de obras públicas, e de Francisca Santos Dumont,
filha de uma tradicional família portuguesa.
Com Alberto
ainda pequeno a família se mudou para Valença (RJ) e passou a se
dedicar ao café. Em seguida seu pai comprou a Fazenda Andreúva a cerca
de 20 km de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Ali, o pai de Alberto
logo percebeu o fascínio do filho pelas máquinas da fazenda e
direcionou os estudos do rapaz para a mecânica, a física, a química e a
eletricidade.
Em 1891,
Alberto, então com 18 anos e emancipado, foi para a França completar os
estudos e perseguir o seu sonho de voar. Ao chegar em Paris, admirou-se
com os motores de combustão que começavam a aparecer impulsionando os
primeiros automóveis e comprou um para si. Logo Santos Dumont estava
promovendo e disputando as primeiras corridas de automóveis em Paris.
Com a morte do pai, um ano depois, o jovem Santos Dumont sofreu um
grande abalo emocional, mas continuou os estudos na Cidade-Luz. Em 1897
fez seu primeiro vôo num balão alugado. Um ano depois, subia ao céu no
balão Brasil, construído por ele. Mas procurava a solução para o
problema da dirigibilidade e propulsão dos balões. Projetou então o seu
número 1, com forma de charuto, com hidrogênio e motor a gasolina.
Primeiro vôo
No dia 20 de setembro de 1898 realizou o primeiro vôo de um balão com propulsão própria.
No ano seguinte voou com os dirigíveis número 2 e número 3. O sucesso
de Santos Dumont chamou a atenção do milionário Henry Deutsch de la
Muerte que no dia 24 de março de 1900 ofereceu um prêmio de cem mil
francos a quem partisse de Saint Cloud, contornasse a torre Eiffel e
retornasse ao ponto de partida em 30 minutos.
Santos Dumont fez experiências com os números 4 e 5. Em 19 de outubro de
1901 cruzou a linha de chegada com o número 6, mas houve uma polêmica
graças a um atraso de 29 segundos. Em 4 de novembro o Aeroclube da
França declarou-o vencedor. Além do Prêmio Deutsch recebeu do presidente
Campos Salles outro prêmio no mesmo valor e uma medalha de ouro.
Em 1902 o príncipe de Mônaco, Alberto 1º, ofereceu um hangar para ele
fazer suas experiências no principado. Santos Dumont continuou
construindo seus dirigíveis. O numero 11 foi um bimotor com asas e o
numero 12 parecia um helicóptero. Em 1906 foi instituída a Taça
Archdeacon para um vôo mínimo de 25 metros com um aparelho mais pesado
que o ar, com propulsão própria. O Aeroclube da França lançou o desafio
para um vôo de 100 metros.
Com Edison e Roosevelt
Em abril de 1902 Santos Dumont viajou para os Estados Unidos onde
visitou os laboratórios de Thomas Edison e foi recebido pelo presidente
Theodore Roosevelt. Em 23 de outubro de 1906, no Campo de Bagatelle, o
14-Bis voou por uma distância de 60 metros, a três metros de altura e
conquistou a Taça Archdeacon. Uma multidão de testemunhas assistiu a
proeza e no dia seguinte toda a imprensa louvou o fato histórico. O
dinheiro do prêmio foi distribuído para seus operários e os pobres de
Paris, como era o costume do inventor.
Em 12 de novembro de 1906, na quarta tentativa, conseguiu realizar um
vôo de 220 metros, estabelecendo o primeiro recorde de distância e
ganhando o Prêmio Aeroclube. Santos Dumont não ficou satisfeito com os
números 15 a 18 e construiu a série 19 a 22, de tamanho menor, chamadas
Demoiselles.
Santos Dumont recebeu diversas homenagens na Europa e nas Américas, em
especial no Brasil, onde foi recebido com euforia. Como o brasileiro não
patenteava suas invenções, seus projetos foram aperfeiçoados por outros
como Voisin, Leon Delagrange, Blériot, Flarman.
Em 1909 ocorreram dois grandes eventos: a Semaine de Champagne, em
Reims, o primeiro encontro aeronáutico do mundo e o desafio da travessia
do Canal da Mancha. Nesse ano Santos Dumont obteve o primeiro brevê de
aviador, fornecido pelo Aeroclube da França. Em 25 de julho de 1909,
Blériot atravessou o canal da Mancha e foi parabenizado por carta pelo
brasileiro.
Primeira Guerra Mundial
Cansado e com a saúde abalada, Santos Dumont realizou seu último vôo em
18 de setembro de 1909. Depois fechou sua oficina e em 1910 retirou-se
do convívio social. Em agosto de 1914, a França foi invadida pelas
tropas alemãs. Era o início da Primeira Guerra Mundial. Aeroplanos
começaram a ser usados na guerra e Santos Dumont amargurou-se ao ver sua
invenção ser usada com finalidades bélicas.
Passou a se dedicar ao estudo da astronomia, residindo em Trouville,
perto do mar. Em 1915, com a piora na sua saúde, decidiu retornar ao
Brasil. No mesmo ano, participou do 11º Congresso Científico
Panamericano nos Estados Unidos, tratando do tema da utilização do avião
como forma de facilitar o relacionamento entre os países.
Já sofrendo com a depressão, encontrou refúgio em Petrópolis, onde
projetou e construiu seu chalé "A Encantada": uma casa com diversas
criações próprias, como um chuveiro de água quente e uma escada onde só
se pode pisar primeiro com o pé direito. Permaneceu lá até 1922, quando
visitou os amigos na França. Passou a se dividir entre Paris, São Paulo,
Rio de Janeiro, Petrópolis e Fazenda Cabangu, MG.
Em 1922, condecorou Anésia Pinheiro Machado, que durante as comemorações
do centenário da independência do Brasil, fizera o percurso Rio de
Janeiro-São Paulo num avião. Em janeiro de 1926, apelou à Liga das
Nações para que se impedisse a utilização de aviões como armas de
guerra. No mesmo ano, inventou um motor portátil para esquiadores, que
facilitava a subida nas montanhas. Internou-se no sanatório
Valmont-sur-Territet, na Suíça.
Em maio de 1927, chegou a ser convidado pelo Aeroclube da França para
presidir o banquete em homenagem a Charles Lindberg, pela travessia do
Atlântico, mas declinou do convite devido a seu estado de saúde. Passou
algum tempo em convalescença em Glion, na Suíça e depois retornou à
França.
Em 1928 veio ao Brasil no navio Cap Arcona. A cidade do Rio de Janeiro
tinha se preparado para recebê-lo festivamente. Mas o hidroavião que ia
fazer a recepção, sobrevoando o navio onde estava, da empresa Condor
Syndikat, e que fora batizado com seu nome, sofreu um acidente, sem
sobreviventes. Abatido, Santos Dumont retornou a Paris.
Legião de Honra
Em junho de 1930 foi condecorado com o título de Grande Oficial da
Legião de Honra da França. Em 1931, esteve internado em casas de saúde
em Biarritz, e em Ortez no sul da França. Antônio Prado Júnior,
ex-prefeito do Rio de Janeiro, encontrou Santos Dumont doente na França,
o que o levou a entrar em contato com a família e a pedir ao sobrinho
Jorge Dumont Villares que fosse buscar o tio.
De volta ao Brasil, passam por Araxá, em Minas Gerais, Rio de Janeiro,
São Paulo e finalmente no Guarujá, onde se instalou no Hotel La Plage,
em maio de 1932. Antes, em junho de 1931 tinha sido eleito membro da
Academia Brasileira de Letras.
Em 1932, explodiu a Revolução Constitucionalista, quando o Estado de São
Paulo se levantou contra o governo de Getúlio Vargas. Isso incomodava a
Santos Dumont, que lançou apelos para que não houvesse uma guerra
civil. Mas aviões atacaram o campo de Marte, em São Paulo, no dia 23 de
julho. Possivelmente esse fato pode ter piorado a angústia de Santos
Dumont, que nesse dia, aproveitando-se da ausência de seu sobrinho,
suicidou-se, aos 59 anos de idade, sem deixar descendentes.
20/7/1873, Palmira, atual Santos Dumont (MG)
23/7/1932, Guarujá (SP)
23/7/1932, Guarujá (SP)
Alberto
Santos Dumont nasceu no dia 20 de julho de 1873 no sítio Cabangu, no
local que viria a ser o município de Palmira (hoje rebatizado em honra a
ele), em Minas Gerais. Filho de Henrique Dumont, de ascendência
francesa e engenheiro de obras públicas, e de Francisca Santos Dumont,
filha de uma tradicional família portuguesa.
Com Alberto
ainda pequeno a família se mudou para Valença (RJ) e passou a se
dedicar ao café. Em seguida seu pai comprou a Fazenda Andreúva a cerca
de 20 km de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Ali, o pai de Alberto
logo percebeu o fascínio do filho pelas máquinas da fazenda e
direcionou os estudos do rapaz para a mecânica, a física, a química e a
eletricidade.
Em 1891,
Alberto, então com 18 anos e emancipado, foi para a França completar os
estudos e perseguir o seu sonho de voar. Ao chegar em Paris, admirou-se
com os motores de combustão que começavam a aparecer impulsionando os
primeiros automóveis e comprou um para si. Logo Santos Dumont estava
promovendo e disputando as primeiras corridas de automóveis em Paris.
Com a morte do pai, um ano depois, o jovem Santos Dumont sofreu um
grande abalo emocional, mas continuou os estudos na Cidade-Luz. Em 1897
fez seu primeiro vôo num balão alugado. Um ano depois, subia ao céu no
balão Brasil, construído por ele. Mas procurava a solução para o
problema da dirigibilidade e propulsão dos balões. Projetou então o seu
número 1, com forma de charuto, com hidrogênio e motor a gasolina.
Primeiro vôo
No dia 20 de setembro de 1898 realizou o primeiro vôo de um balão com propulsão própria.
No ano seguinte voou com os dirigíveis número 2 e número 3. O sucesso
de Santos Dumont chamou a atenção do milionário Henry Deutsch de la
Muerte que no dia 24 de março de 1900 ofereceu um prêmio de cem mil
francos a quem partisse de Saint Cloud, contornasse a torre Eiffel e
retornasse ao ponto de partida em 30 minutos.
Santos Dumont fez experiências com os números 4 e 5. Em 19 de outubro de
1901 cruzou a linha de chegada com o número 6, mas houve uma polêmica
graças a um atraso de 29 segundos. Em 4 de novembro o Aeroclube da
França declarou-o vencedor. Além do Prêmio Deutsch recebeu do presidente
Campos Salles outro prêmio no mesmo valor e uma medalha de ouro.
Em 1902 o príncipe de Mônaco, Alberto 1º, ofereceu um hangar para ele
fazer suas experiências no principado. Santos Dumont continuou
construindo seus dirigíveis. O numero 11 foi um bimotor com asas e o
numero 12 parecia um helicóptero. Em 1906 foi instituída a Taça
Archdeacon para um vôo mínimo de 25 metros com um aparelho mais pesado
que o ar, com propulsão própria. O Aeroclube da França lançou o desafio
para um vôo de 100 metros.
Com Edison e Roosevelt
Em abril de 1902 Santos Dumont viajou para os Estados Unidos onde
visitou os laboratórios de Thomas Edison e foi recebido pelo presidente
Theodore Roosevelt. Em 23 de outubro de 1906, no Campo de Bagatelle, o
14-Bis voou por uma distância de 60 metros, a três metros de altura e
conquistou a Taça Archdeacon. Uma multidão de testemunhas assistiu a
proeza e no dia seguinte toda a imprensa louvou o fato histórico. O
dinheiro do prêmio foi distribuído para seus operários e os pobres de
Paris, como era o costume do inventor.
Em 12 de novembro de 1906, na quarta tentativa, conseguiu realizar um
vôo de 220 metros, estabelecendo o primeiro recorde de distância e
ganhando o Prêmio Aeroclube. Santos Dumont não ficou satisfeito com os
números 15 a 18 e construiu a série 19 a 22, de tamanho menor, chamadas
Demoiselles.
Santos Dumont recebeu diversas homenagens na Europa e nas Américas, em
especial no Brasil, onde foi recebido com euforia. Como o brasileiro não
patenteava suas invenções, seus projetos foram aperfeiçoados por outros
como Voisin, Leon Delagrange, Blériot, Flarman.
Em 1909 ocorreram dois grandes eventos: a Semaine de Champagne, em
Reims, o primeiro encontro aeronáutico do mundo e o desafio da travessia
do Canal da Mancha. Nesse ano Santos Dumont obteve o primeiro brevê de
aviador, fornecido pelo Aeroclube da França. Em 25 de julho de 1909,
Blériot atravessou o canal da Mancha e foi parabenizado por carta pelo
brasileiro.
Primeira Guerra Mundial
Cansado e com a saúde abalada, Santos Dumont realizou seu último vôo em
18 de setembro de 1909. Depois fechou sua oficina e em 1910 retirou-se
do convívio social. Em agosto de 1914, a França foi invadida pelas
tropas alemãs. Era o início da Primeira Guerra Mundial. Aeroplanos
começaram a ser usados na guerra e Santos Dumont amargurou-se ao ver sua
invenção ser usada com finalidades bélicas.
Passou a se dedicar ao estudo da astronomia, residindo em Trouville,
perto do mar. Em 1915, com a piora na sua saúde, decidiu retornar ao
Brasil. No mesmo ano, participou do 11º Congresso Científico
Panamericano nos Estados Unidos, tratando do tema da utilização do avião
como forma de facilitar o relacionamento entre os países.
Já sofrendo com a depressão, encontrou refúgio em Petrópolis, onde
projetou e construiu seu chalé "A Encantada": uma casa com diversas
criações próprias, como um chuveiro de água quente e uma escada onde só
se pode pisar primeiro com o pé direito. Permaneceu lá até 1922, quando
visitou os amigos na França. Passou a se dividir entre Paris, São Paulo,
Rio de Janeiro, Petrópolis e Fazenda Cabangu, MG.
Em 1922, condecorou Anésia Pinheiro Machado, que durante as comemorações
do centenário da independência do Brasil, fizera o percurso Rio de
Janeiro-São Paulo num avião. Em janeiro de 1926, apelou à Liga das
Nações para que se impedisse a utilização de aviões como armas de
guerra. No mesmo ano, inventou um motor portátil para esquiadores, que
facilitava a subida nas montanhas. Internou-se no sanatório
Valmont-sur-Territet, na Suíça.
Em maio de 1927, chegou a ser convidado pelo Aeroclube da França para
presidir o banquete em homenagem a Charles Lindberg, pela travessia do
Atlântico, mas declinou do convite devido a seu estado de saúde. Passou
algum tempo em convalescença em Glion, na Suíça e depois retornou à
França.
Em 1928 veio ao Brasil no navio Cap Arcona. A cidade do Rio de Janeiro
tinha se preparado para recebê-lo festivamente. Mas o hidroavião que ia
fazer a recepção, sobrevoando o navio onde estava, da empresa Condor
Syndikat, e que fora batizado com seu nome, sofreu um acidente, sem
sobreviventes. Abatido, Santos Dumont retornou a Paris.
Legião de Honra
Em junho de 1930 foi condecorado com o título de Grande Oficial da
Legião de Honra da França. Em 1931, esteve internado em casas de saúde
em Biarritz, e em Ortez no sul da França. Antônio Prado Júnior,
ex-prefeito do Rio de Janeiro, encontrou Santos Dumont doente na França,
o que o levou a entrar em contato com a família e a pedir ao sobrinho
Jorge Dumont Villares que fosse buscar o tio.
De volta ao Brasil, passam por Araxá, em Minas Gerais, Rio de Janeiro,
São Paulo e finalmente no Guarujá, onde se instalou no Hotel La Plage,
em maio de 1932. Antes, em junho de 1931 tinha sido eleito membro da
Academia Brasileira de Letras.
Em 1932, explodiu a Revolução Constitucionalista, quando o Estado de São
Paulo se levantou contra o governo de Getúlio Vargas. Isso incomodava a
Santos Dumont, que lançou apelos para que não houvesse uma guerra
civil. Mas aviões atacaram o campo de Marte, em São Paulo, no dia 23 de
julho. Possivelmente esse fato pode ter piorado a angústia de Santos
Dumont, que nesse dia, aproveitando-se da ausência de seu sobrinho,
suicidou-se, aos 59 anos de idade, sem deixar descendentes.
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