Instruir e educar



INSTRUIR E EDUCAR

Em primeiro lugar, devemos entender esta diferença prática entre instruir e educar. Instruir é um parente do verbo “Construir”. Nós professores, vamos dando na medida em que podemos instruir alguém ou alguma coisa, o tijolo e os materiais necessários para que o instruído possa fazer seu próprio edifício à sua vontade e da melhor maneira, instruímos. Também não é por acaso que a palavra aluno é um aspecto passado de um verbo que se deixou de empregar e significa o alimentado. O aluno é aquele que nós alimentamos.

A origem da palavra alimentar e aluno é exatamente a mesma. Ao passo que educar já tem o elemento que significa conduzir. De maneira que quando passamos do instruir para o educar, nós não estamos a dar tudo o que é necessário para que o aluno possa  construir seus pensamentos e desenvolver-se à sua maneira, mas estamos sempre a ter o perigo de reduzir o que ele é para o habituá-lo, aos costumes apresentados e já moldados de um pensamento e ou sociedade. Estamos nesta sociedade que tem determinadas características. Evidentemente que neste processo de instruir o que temos que fazer é proceder de tal maneira a facilitar esta construção e oferecer meios para que o aluno possa entender posteriormente sua participação seja ela crítica e ou social em sua própria identidade intelectual.

EDUCAÇÃO E INSTRUÇÃO
Por José Saramago
A distinção entre educação e instrução é essencial para compreensão do argumento do autor. De início, Saramago argumenta que hoje utilizamos a palavra Educação, como se educação e instrução tivessem o mesmo significado. Mas assim não o é. "Instruir é transmitir conhecimentos acerca de distintas matérias que estão no programa, educar é dirigir, encaminhar, doutrinar” (p.19).

O papel e a responsabilidade da educação não cabe ao professor, pois faltam meios para fazê-lo. A educação depende da família e da própria sociedade. O que cabe ao professor é a instrução, a transmissão de conhecimentos a respeito das ferramentas adequadas e programas pertinentes, que permitam ao aluno progredir técnica e cientificamente na sociedade (p. 20).

A escola, seja primária, secundária ou a universidade é um “bloco homogêneo e coerente” (p.26). Desse modo, não há solução para a universidade, se não se encontra solução para os problemas do ensino primário e médio (p.26).

O que fazer, então?
É preciso considerar a universidade como um lugar de debate, do espírito crítico, que obriga a refletir, capacita para a análise e informa sobre o mundo em que vivemos. Sobretudo, a universidade tem a capacidade de converter o aluno em cidadão. (p. 26-27) Educar – e não instruir – nos valores cívicos, é a principal proposta do autor em relação a universidade. Não se trata de formar bons profissionais, apenas. A universidade deve se preocupar principalmente em formar bons cidadãos e assim fortalecer a noção de democracia. “Aprendizagem da cidadania, é o que creio sinceramente que falta”. (p. 28)

SARAMAGO, José. Democracia e Universidade. Belém: Ed. UFPA; Lisboa: Fundação José Saramago, 2013

Artigo e pesquisa
Prof. Marcos L Souza
2ª Parte SARAMAGO Jose , Livro “Democracia e Universidade”

Marcos Leonardo de Souza é Educador e Escritor. Licenciado em Pedagogia, História e Música, com Pós-Graduação Lato Senso em Psicopedagogia, Alfabetização e Letramento, Educação Lúdica, Educação Musical, Educação Infantil, atuando nas áreas de consultoria, assessoria pedagógica, treinamentos, oficinas e palestras. Mestre em Educação.



INSTRUIR E EDUCAR

Em primeiro lugar, devemos entender esta diferença prática entre instruir e educar. Instruir é um parente do verbo “Construir”. Nós professores, vamos dando na medida em que podemos instruir alguém ou alguma coisa, o tijolo e os materiais necessários para que o instruído possa fazer seu próprio edifício à sua vontade e da melhor maneira, instruímos. Também não é por acaso que a palavra aluno é um aspecto passado de um verbo que se deixou de empregar e significa o alimentado. O aluno é aquele que nós alimentamos.

A origem da palavra alimentar e aluno é exatamente a mesma. Ao passo que educar já tem o elemento que significa conduzir. De maneira que quando passamos do instruir para o educar, nós não estamos a dar tudo o que é necessário para que o aluno possa  construir seus pensamentos e desenvolver-se à sua maneira, mas estamos sempre a ter o perigo de reduzir o que ele é para o habituá-lo, aos costumes apresentados e já moldados de um pensamento e ou sociedade. Estamos nesta sociedade que tem determinadas características. Evidentemente que neste processo de instruir o que temos que fazer é proceder de tal maneira a facilitar esta construção e oferecer meios para que o aluno possa entender posteriormente sua participação seja ela crítica e ou social em sua própria identidade intelectual.

EDUCAÇÃO E INSTRUÇÃO
Por José Saramago
A distinção entre educação e instrução é essencial para compreensão do argumento do autor. De início, Saramago argumenta que hoje utilizamos a palavra Educação, como se educação e instrução tivessem o mesmo significado. Mas assim não o é. "Instruir é transmitir conhecimentos acerca de distintas matérias que estão no programa, educar é dirigir, encaminhar, doutrinar” (p.19).

O papel e a responsabilidade da educação não cabe ao professor, pois faltam meios para fazê-lo. A educação depende da família e da própria sociedade. O que cabe ao professor é a instrução, a transmissão de conhecimentos a respeito das ferramentas adequadas e programas pertinentes, que permitam ao aluno progredir técnica e cientificamente na sociedade (p. 20).

A escola, seja primária, secundária ou a universidade é um “bloco homogêneo e coerente” (p.26). Desse modo, não há solução para a universidade, se não se encontra solução para os problemas do ensino primário e médio (p.26).

O que fazer, então?
É preciso considerar a universidade como um lugar de debate, do espírito crítico, que obriga a refletir, capacita para a análise e informa sobre o mundo em que vivemos. Sobretudo, a universidade tem a capacidade de converter o aluno em cidadão. (p. 26-27) Educar – e não instruir – nos valores cívicos, é a principal proposta do autor em relação a universidade. Não se trata de formar bons profissionais, apenas. A universidade deve se preocupar principalmente em formar bons cidadãos e assim fortalecer a noção de democracia. “Aprendizagem da cidadania, é o que creio sinceramente que falta”. (p. 28)

SARAMAGO, José. Democracia e Universidade. Belém: Ed. UFPA; Lisboa: Fundação José Saramago, 2013

Artigo e pesquisa
Prof. Marcos L Souza
2ª Parte SARAMAGO Jose , Livro “Democracia e Universidade”

Marcos Leonardo de Souza é Educador e Escritor. Licenciado em Pedagogia, História e Música, com Pós-Graduação Lato Senso em Psicopedagogia, Alfabetização e Letramento, Educação Lúdica, Educação Musical, Educação Infantil, atuando nas áreas de consultoria, assessoria pedagógica, treinamentos, oficinas e palestras. Mestre em Educação.

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