A importância do folclore na formação educacional das crianças
O folclore é um acervo cultural no qual, a partir dele, podem-se
compreender as crenças e valores instituídos em determinado grupo
social. A criança, quando aprende lendas, músicas, entre outras formas
de folclore, está também conhecendo o passado e presente de um povo.
O folclore é tradição, é a linguagem cultural, é a maneira de agir,
pensar e sentir de um povo ou grupo com as qualidades ou atributos que
lhe são inerentes, seja qual for o lugar onde se situa o tempo e a
cultura. Não é apenas o passado, ele é vivo e está ligado à nossa vida
de um jeito muito forte. Por isso, é tão importante conhecê-lo.
O estudo do folclore é necessário para manter a tradição de um povo, uma
cultura que serve como fonte de conhecimento das nossas origens. Quando
abordamos esse assunto, explicando seu sentido, isso faz com que o
indivíduo construa uma base cultural, que dará suporte para entender sua
própria essência. Essa internalização da cultura do seu povo traz
valores como respeito e, ainda, a possibilidade de aprender novas
bagagens culturais de outros povos e regiões.
O estudo do folclore permite promover o desenvolvimento integral das
crianças, pois a cultura de um povo é um bem precioso que deve ser
cultivado. Folclore é um conjunto de costumes, artes, técnicas, lendas,
mitos, provérbios e adivinhações que expressam as maneiras de pensar,
sentir e agir do povo, é dar continuidade da Nação.
O Folclore deve ser trabalhado para especificar as diferenças que
existem entre os personagens de uma sociedade, demonstrando seus hábitos
e costumes. Para resgatar a linguagem e o contexto, ligar o homem a
terra, ao povo, como meio de melhor conhecê-lo.
“[...] Não se trata de ensinar folclore, mas de usá-lo onde se fizer
oportuno, para que sua riqueza seja destilada na sensibilidade das novas
gerações, nutrindo-as e energizando-as. [...]” (Hélio Sena apud ZANINI,
2000, p. 168)
Utilizar o folclore como material didático na educação infantil
significa desfrutar de uma extensa fonte de criatividade, reflexão e
expressão. Ele serve como “link” entre um povo e sua região na busca de
suas marcas e raízes, além de ser a melhor forma de percepção da
sociedade e de como ela funciona em relação às tradições.
O saber folclórico é o que aprendemos informalmente no mundo, por meio
do convívio social – por via oral ou por imitação. Ele é universal,
embora aconteçam adaptações locais ou regionais, como consequência dos
acréscimos da coletividade. "Folclore é o conjunto de coisas que o povo
sabe, sem saber quem ensinou." (Marcelo Xavier). O folclore e a cultura
popular sempre estarão presentes nos conteúdos escolares, pela sua
importância educacional e por se tratar de uma arte. Cultura, como nós a
entendemos, diz respeito ao modo de ser e de viver dos grupos sociais: a
língua, as regras de convívio, o gosto, o que se come, o que se bebe, o
que se veste vão formando aquilo que é próprio de um povo.
Em um país como o Brasil, tão diverso, tão grande, com tantas expressões
diferentes, com tantos jeitos de ser, de brincar, que vão se
modificando de lugar para lugar, e a toda hora, não podemos falar de uma
única cultura, mas das multiculturas que o formam. As culturas e
tradições indígenas, africanas, europeias e tantas outras que formam
este imenso país.
Foram muitos os povos europeus, cada um com suas tradições, línguas,
expressões, jeito de ser e crer, que vieram para cá e, misturados aos
diferentes povos indígenas e africanos, ajudaram a formar um país plural
e de muitas culturas.
A cultura popular é tudo isso bem misturado e refletido nos muitos jeitos de ser do brasileiro.
Diante de tudo que apontamos, será ainda possível falar de educação sem
integrá-la à questão cultural? Certamente não. E é não porque a educação
é resultado das práticas culturais dos grupos sociais. O próprio
processo de ensinar e aprender revela essas práticas.
A cultura é o fermento que alimenta, dá forma e conteúdo à educação. Em
sala de aula, experiências, vivências e singularidades estão reunidas.
Alunos e professores trazem suas bagagens e histórias. Confrontos,
trocas, negações e reafirmações de culturas pulsam o tempo todo nesse
convívio. Se não houver um saber pronto e acabado a ensinar, a educação
tem suas chances de sucesso ampliadas. Se o saber em construção for
inclusivo das diferenças, renovam-se as esperanças de que na escola se
entenda como afirma Carlos Rodrigues Brandão (2001, p.35) que "educar é
fazer perguntas" e que ensinar é criar pessoas em que a inteligência
venha a ser medida, mais pelas dúvidas mal formuladas, do que pelas
certezas bem repetidas. De que aprender é construir um saber pessoal e
solidário, através do diálogo entre iguais sociais culturalmente
diferenciados.
O aluno leva para a escola os modelos já aprovados pela tradição, que
aprendeu em casa ou na rua e, da escola, traz para a família e
vizinhança as experiências mais significativas do desenvolvimento
cultural.
A missão da escola é de salvamento. Não podemos aceitar que nossa
língua, música, dança sejam ameaçadas pela ingerência alienígena que
destrói a nossa cultura. Um dos objetivos de se trabalhar o folclore na
escola é, pois, evitar que nossos padrões tradicionais sejam
substituídos por modelos exóticos.
O desenvolvimento de atividades pedagógicas em torno do folclore é uma
importante contribuição na formação do espírito de cidadania e de
nacionalidade do aluno. Ao mesmo tempo em que passa a se perceber como
ser universal, cidadão do mundo, necessita conhecer suas raízes,
identificando-se com seu grupo social: sua linguagem, sua história e a
de sua comunidade.
O professor deve saber aproveitar o atraente, rico e variado mundo do
folclore, como fonte inesgotável de motivação didática e de elevada
importância pedagógica. Ele precisa selecionar o que vai utilizar, pois
nem toda manifestação folclórica serve como material didático. Os
modelos escolhidos pelo professor precisam ser adequados à idade e ao
tempo disponível para estudo e ensaio. Devem ser avaliados do ponto de
vista da sua utilidade para a comunidade, identificando-se,
primeiramente, os aspectos da cultura popular no lugar onde vivem os
alunos, para, depois, extrapolar limites geográficos.
O exemplo da educadora Helena Antipoff, que adotou o folclore como
disciplina obrigatória no currículo de todos os seus cursos, deve ser
seguido pelos atuais professores, começando, talvez, pelo aproveitamento
do evento associado às festas religiosas (São Sebastião, Quaresma,
Divino, Rosário, Natal) o que representaria um projeto anual.
A pesquisa pode ser estimulada por meio da coleta de dados pelos
próprios alunos e realizada em trabalho de campo, a partir do lar, da
família, estendendo-se à vizinhança e à comunidade. Desta maneira, o
trabalho pode ser regionalizado, enfatizando-se as manifestações ligadas
às atividades locais.
O estudo de provérbios ou ditados oferece oportunidade de debates sobre
conceitos, tais como: justiça, honradez, bondade, ingratidão e outras
abstrações. "O provérbio é sempre uma síntese de sabedoria popular. A
sabedoria coletiva é reveladora de convicções, de certezas, merece fé."
(Saul Martins)
Propondo ou decifrando-se adivinhas, leva-se a criança a desenvolver o
raciocínio lógico. Com as parlendas e outras formas lúdicas verbais, ela
entra em contato com o idioma. Os trava-línguas são exercícios de
comprovada eficácia para a correção de defeitos no falar. Jogos e
brincadeiras podem ensejar ao aluno uma participação mais ativa no meio
social, desenvolvendo mecanismos sadios de competição, além de torná-lo
conhecedor e respeitador de regras.
Pequenas dificuldades podem ser adequadamente solucionadas com o emprego
de técnicas populares, prática preconizada pela própria Organização
Mundial da Saúde, que recomenda a volta dos remédios naturais. Com isso,
a medicina caseira ganha nova dimensão na sociedade.
O artesanato ajuda a criança em idade escolar a usar as mãos de maneira
adequada, apressa a eclosão de valores artísticos, além de servir como
meio de se praticar o lazer. A criança adora realizar trabalhos manuais.
Com referência à linguagem, os sotaques e pronúncias regionais são
peculiaridades que resultam do esforço adaptativo das pessoas ou do
estilo de vida, isto é, do relacionamento entre o homem e o meio.
Outra experiência folclórica, a culinária, resulta do encontro de
diferentes culturas, diversidade do clima e abundância de recursos
naturais. Por meio dela, o professor pode trabalhar os sentidos, a
matemática, a estética e a saúde alimentar dentre uma infinidade de
outros aspectos.
Para a criança o folclore é um mundo encantado, cheio de personagens
estranhos, fantasias, aumentando-lhes o poder da imaginação. A pedagogia
contemporânea afirma que a educação da criança não pode ser apenas
passiva, mas ativa, pois a causa principal da aprendizagem e, portanto,
de toda a educação, não é o professor ou o aluno, mas sim, a interação
entre ambos.
O folclore une as pessoas, logo, é razão suficiente para ser trabalhado
em todas as escolas, não só no mês de agosto, mas durante todo o ano.
A importância de manter vivas nossas tradições culturais, em forma de música.
Cantigas Folclóricas
As cantigas de roda são de extrema importância para a cultura de um
local, através dela dá-se a conhecer costumes, cotidiano das pessoas,
festas típicas do local, comidas, brincadeiras, paisagem, flora, fauna,
crenças, dentre muitas outras coisas. (ARAUJO, 2007)
O estudo da música folclórica brasileira envolve cantos, festejos,
danças, jogos, religiosidade e brincadeiras diversas. Características da
música folclórica: É anônima, espontânea, durável, persistente e,
antiga ou tradicional, é uma herança cultural. É funcional, ou seja,
atende a uma necessidade psicológica. É transmitida por via oral, sem
muitas técnicas, de forma direta, às vezes com variantes. É tecnicamente
simples, com melodias e letras de pequena extensão, portanto de fácil
assimilação. Antônio Henrique Weitzel, divide a música folclórica em
acalantos, cancioneiro Infantil, cantigas de roda, toadas de escolha,
toadas de ensino, brincadeiras cantadas, romance, abecês, quadras e
desafios. Além dessas, podemos encontrar ainda, os aboios, pregões,
emboladas, toadas sertanejas e a moda de viola, sendo as três últimas
conhecidas por cantorias.” Ex :
Escravos de Jó
Os escravos de Jó
Jogavam caxangá
Tira, põe,
Deixa o zabelê ficar
Guerreiros com guerreiros
Fazem ziguezigue zá
Guerreiros com guerreiros
Fazem ziguezigue zá.
A canoa virou
A canoa virou
Por deixá-la virar,
Foi por causa da Maria
Que não soube remar
Siriri pra cá,
Siriri pra lá,
Maria é velha
E quer casar
Se eu fosse um peixinho
E soubesse nadar,
Eu tirava a Maria
Lá do fundo do mar.
Alecrim
Alecrim, alecrim dourado
Que nasceu no campo
Sem ser semeado
Oi, meu amor,
Quem te disse assim,
Que a flor do campo
É o alecrim?
Alecrim, alecrim aos molhos,
Por causa de ti
Choram os meus olhos
Alecrim do meu coração
Que nasceu no campo
Com esta canção.
Peixinho do mar
Quem me ensinou a nadar
Quem me ensinou a nadar
Foi, foi, marinheiro
Foi os peixinhos do mar.
Pezinho
Ai bota aqui
Ai bota aqui o seu pezinho
Seu pezinho bem juntinho com o meu
E depois não vá dizer
Que você se arrependeu!
Artigo > Prof. Marcos L Souza
Marcos Leonardo de Souza é Educador e Escritor. Licenciado em Pedagogia,
História e Música, com Pós-Graduação Lato Senso em Psicopedagogia,
Alfabetização e Letramento, Educação Lúdica, Educação Musical, Educação
Infantil, atuando nas áreas de consultora, assessoria pedagógica,
treinamentos, oficinas e palestras. Mestre em Educação
A importância do folclore na formação educacional das crianças
O folclore é um acervo cultural no qual, a partir dele, podem-se
compreender as crenças e valores instituídos em determinado grupo
social. A criança, quando aprende lendas, músicas, entre outras formas
de folclore, está também conhecendo o passado e presente de um povo.
O folclore é tradição, é a linguagem cultural, é a maneira de agir,
pensar e sentir de um povo ou grupo com as qualidades ou atributos que
lhe são inerentes, seja qual for o lugar onde se situa o tempo e a
cultura. Não é apenas o passado, ele é vivo e está ligado à nossa vida
de um jeito muito forte. Por isso, é tão importante conhecê-lo.
O estudo do folclore é necessário para manter a tradição de um povo, uma
cultura que serve como fonte de conhecimento das nossas origens. Quando
abordamos esse assunto, explicando seu sentido, isso faz com que o
indivíduo construa uma base cultural, que dará suporte para entender sua
própria essência. Essa internalização da cultura do seu povo traz
valores como respeito e, ainda, a possibilidade de aprender novas
bagagens culturais de outros povos e regiões.
O estudo do folclore permite promover o desenvolvimento integral das
crianças, pois a cultura de um povo é um bem precioso que deve ser
cultivado. Folclore é um conjunto de costumes, artes, técnicas, lendas,
mitos, provérbios e adivinhações que expressam as maneiras de pensar,
sentir e agir do povo, é dar continuidade da Nação.
O Folclore deve ser trabalhado para especificar as diferenças que
existem entre os personagens de uma sociedade, demonstrando seus hábitos
e costumes. Para resgatar a linguagem e o contexto, ligar o homem a
terra, ao povo, como meio de melhor conhecê-lo.
“[...] Não se trata de ensinar folclore, mas de usá-lo onde se fizer
oportuno, para que sua riqueza seja destilada na sensibilidade das novas
gerações, nutrindo-as e energizando-as. [...]” (Hélio Sena apud ZANINI,
2000, p. 168)
Utilizar o folclore como material didático na educação infantil
significa desfrutar de uma extensa fonte de criatividade, reflexão e
expressão. Ele serve como “link” entre um povo e sua região na busca de
suas marcas e raízes, além de ser a melhor forma de percepção da
sociedade e de como ela funciona em relação às tradições.
O saber folclórico é o que aprendemos informalmente no mundo, por meio
do convívio social – por via oral ou por imitação. Ele é universal,
embora aconteçam adaptações locais ou regionais, como consequência dos
acréscimos da coletividade. "Folclore é o conjunto de coisas que o povo
sabe, sem saber quem ensinou." (Marcelo Xavier). O folclore e a cultura
popular sempre estarão presentes nos conteúdos escolares, pela sua
importância educacional e por se tratar de uma arte. Cultura, como nós a
entendemos, diz respeito ao modo de ser e de viver dos grupos sociais: a
língua, as regras de convívio, o gosto, o que se come, o que se bebe, o
que se veste vão formando aquilo que é próprio de um povo.
Em um país como o Brasil, tão diverso, tão grande, com tantas expressões
diferentes, com tantos jeitos de ser, de brincar, que vão se
modificando de lugar para lugar, e a toda hora, não podemos falar de uma
única cultura, mas das multiculturas que o formam. As culturas e
tradições indígenas, africanas, europeias e tantas outras que formam
este imenso país.
Foram muitos os povos europeus, cada um com suas tradições, línguas,
expressões, jeito de ser e crer, que vieram para cá e, misturados aos
diferentes povos indígenas e africanos, ajudaram a formar um país plural
e de muitas culturas.
A cultura popular é tudo isso bem misturado e refletido nos muitos jeitos de ser do brasileiro.
Diante de tudo que apontamos, será ainda possível falar de educação sem
integrá-la à questão cultural? Certamente não. E é não porque a educação
é resultado das práticas culturais dos grupos sociais. O próprio
processo de ensinar e aprender revela essas práticas.
A cultura é o fermento que alimenta, dá forma e conteúdo à educação. Em
sala de aula, experiências, vivências e singularidades estão reunidas.
Alunos e professores trazem suas bagagens e histórias. Confrontos,
trocas, negações e reafirmações de culturas pulsam o tempo todo nesse
convívio. Se não houver um saber pronto e acabado a ensinar, a educação
tem suas chances de sucesso ampliadas. Se o saber em construção for
inclusivo das diferenças, renovam-se as esperanças de que na escola se
entenda como afirma Carlos Rodrigues Brandão (2001, p.35) que "educar é
fazer perguntas" e que ensinar é criar pessoas em que a inteligência
venha a ser medida, mais pelas dúvidas mal formuladas, do que pelas
certezas bem repetidas. De que aprender é construir um saber pessoal e
solidário, através do diálogo entre iguais sociais culturalmente
diferenciados.
O aluno leva para a escola os modelos já aprovados pela tradição, que
aprendeu em casa ou na rua e, da escola, traz para a família e
vizinhança as experiências mais significativas do desenvolvimento
cultural.
A missão da escola é de salvamento. Não podemos aceitar que nossa
língua, música, dança sejam ameaçadas pela ingerência alienígena que
destrói a nossa cultura. Um dos objetivos de se trabalhar o folclore na
escola é, pois, evitar que nossos padrões tradicionais sejam
substituídos por modelos exóticos.
O desenvolvimento de atividades pedagógicas em torno do folclore é uma
importante contribuição na formação do espírito de cidadania e de
nacionalidade do aluno. Ao mesmo tempo em que passa a se perceber como
ser universal, cidadão do mundo, necessita conhecer suas raízes,
identificando-se com seu grupo social: sua linguagem, sua história e a
de sua comunidade.
O professor deve saber aproveitar o atraente, rico e variado mundo do
folclore, como fonte inesgotável de motivação didática e de elevada
importância pedagógica. Ele precisa selecionar o que vai utilizar, pois
nem toda manifestação folclórica serve como material didático. Os
modelos escolhidos pelo professor precisam ser adequados à idade e ao
tempo disponível para estudo e ensaio. Devem ser avaliados do ponto de
vista da sua utilidade para a comunidade, identificando-se,
primeiramente, os aspectos da cultura popular no lugar onde vivem os
alunos, para, depois, extrapolar limites geográficos.
O exemplo da educadora Helena Antipoff, que adotou o folclore como
disciplina obrigatória no currículo de todos os seus cursos, deve ser
seguido pelos atuais professores, começando, talvez, pelo aproveitamento
do evento associado às festas religiosas (São Sebastião, Quaresma,
Divino, Rosário, Natal) o que representaria um projeto anual.
A pesquisa pode ser estimulada por meio da coleta de dados pelos
próprios alunos e realizada em trabalho de campo, a partir do lar, da
família, estendendo-se à vizinhança e à comunidade. Desta maneira, o
trabalho pode ser regionalizado, enfatizando-se as manifestações ligadas
às atividades locais.
O estudo de provérbios ou ditados oferece oportunidade de debates sobre
conceitos, tais como: justiça, honradez, bondade, ingratidão e outras
abstrações. "O provérbio é sempre uma síntese de sabedoria popular. A
sabedoria coletiva é reveladora de convicções, de certezas, merece fé."
(Saul Martins)
Propondo ou decifrando-se adivinhas, leva-se a criança a desenvolver o
raciocínio lógico. Com as parlendas e outras formas lúdicas verbais, ela
entra em contato com o idioma. Os trava-línguas são exercícios de
comprovada eficácia para a correção de defeitos no falar. Jogos e
brincadeiras podem ensejar ao aluno uma participação mais ativa no meio
social, desenvolvendo mecanismos sadios de competição, além de torná-lo
conhecedor e respeitador de regras.
Pequenas dificuldades podem ser adequadamente solucionadas com o emprego
de técnicas populares, prática preconizada pela própria Organização
Mundial da Saúde, que recomenda a volta dos remédios naturais. Com isso,
a medicina caseira ganha nova dimensão na sociedade.
O artesanato ajuda a criança em idade escolar a usar as mãos de maneira
adequada, apressa a eclosão de valores artísticos, além de servir como
meio de se praticar o lazer. A criança adora realizar trabalhos manuais.
Com referência à linguagem, os sotaques e pronúncias regionais são
peculiaridades que resultam do esforço adaptativo das pessoas ou do
estilo de vida, isto é, do relacionamento entre o homem e o meio.
Outra experiência folclórica, a culinária, resulta do encontro de
diferentes culturas, diversidade do clima e abundância de recursos
naturais. Por meio dela, o professor pode trabalhar os sentidos, a
matemática, a estética e a saúde alimentar dentre uma infinidade de
outros aspectos.
Para a criança o folclore é um mundo encantado, cheio de personagens
estranhos, fantasias, aumentando-lhes o poder da imaginação. A pedagogia
contemporânea afirma que a educação da criança não pode ser apenas
passiva, mas ativa, pois a causa principal da aprendizagem e, portanto,
de toda a educação, não é o professor ou o aluno, mas sim, a interação
entre ambos.
O folclore une as pessoas, logo, é razão suficiente para ser trabalhado
em todas as escolas, não só no mês de agosto, mas durante todo o ano.
A importância de manter vivas nossas tradições culturais, em forma de música.
Cantigas Folclóricas
As cantigas de roda são de extrema importância para a cultura de um
local, através dela dá-se a conhecer costumes, cotidiano das pessoas,
festas típicas do local, comidas, brincadeiras, paisagem, flora, fauna,
crenças, dentre muitas outras coisas. (ARAUJO, 2007)
O estudo da música folclórica brasileira envolve cantos, festejos,
danças, jogos, religiosidade e brincadeiras diversas. Características da
música folclórica: É anônima, espontânea, durável, persistente e,
antiga ou tradicional, é uma herança cultural. É funcional, ou seja,
atende a uma necessidade psicológica. É transmitida por via oral, sem
muitas técnicas, de forma direta, às vezes com variantes. É tecnicamente
simples, com melodias e letras de pequena extensão, portanto de fácil
assimilação. Antônio Henrique Weitzel, divide a música folclórica em
acalantos, cancioneiro Infantil, cantigas de roda, toadas de escolha,
toadas de ensino, brincadeiras cantadas, romance, abecês, quadras e
desafios. Além dessas, podemos encontrar ainda, os aboios, pregões,
emboladas, toadas sertanejas e a moda de viola, sendo as três últimas
conhecidas por cantorias.” Ex :
Escravos de Jó
Os escravos de Jó
Jogavam caxangá
Tira, põe,
Deixa o zabelê ficar
Guerreiros com guerreiros
Fazem ziguezigue zá
Guerreiros com guerreiros
Fazem ziguezigue zá.
A canoa virou
A canoa virou
Por deixá-la virar,
Foi por causa da Maria
Que não soube remar
Siriri pra cá,
Siriri pra lá,
Maria é velha
E quer casar
Se eu fosse um peixinho
E soubesse nadar,
Eu tirava a Maria
Lá do fundo do mar.
Alecrim
Alecrim, alecrim dourado
Que nasceu no campo
Sem ser semeado
Oi, meu amor,
Quem te disse assim,
Que a flor do campo
É o alecrim?
Alecrim, alecrim aos molhos,
Por causa de ti
Choram os meus olhos
Alecrim do meu coração
Que nasceu no campo
Com esta canção.
Peixinho do mar
Quem me ensinou a nadar
Quem me ensinou a nadar
Foi, foi, marinheiro
Foi os peixinhos do mar.
Pezinho
Ai bota aqui
Ai bota aqui o seu pezinho
Seu pezinho bem juntinho com o meu
E depois não vá dizer
Que você se arrependeu!
Artigo > Prof. Marcos L Souza
Marcos Leonardo de Souza é Educador e Escritor. Licenciado em Pedagogia,
História e Música, com Pós-Graduação Lato Senso em Psicopedagogia,
Alfabetização e Letramento, Educação Lúdica, Educação Musical, Educação
Infantil, atuando nas áreas de consultora, assessoria pedagógica,
treinamentos, oficinas e palestras. Mestre em Educação
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