As crianças não são naturalmente preconceituosas. Elas aprendem a ser
com os adultos. Aproveite essa fase essencial da vida de todo ser
humano, que é a infância, e valorize sentimentos e valores positivos que
esses pequenos e especiais seres trazem em si.
Sugiro duas formas de iniciar o projeto: uma para alunos que ainda não dominam a escrita e outra para alunos com domínio da escrita. Realizando o projeto com crianças da Educação Infantil e dos 1º, 2º e 3º anos do Ensino Fundamental, pode-se começar a trabalhar o tema fazendo uma dinâmica. 1- Dinâmica das flores: leve flores de diferentes cores e formas para a classe e deixe que cada aluno escolha uma. Depois, pergunte o que chamou a atenção deles para escolher aquela flor. Peça-lhes que percebam as diferentes cores, o perfume, a textura, as diferentes formas. Chame sua atenção para o fato de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas. Em seguida, peça que olhem uns para os outros. Assim como as flores, cada um é diferente, mas não menos importante. Muitas coisas variam: cor e tipo de cabelo, formato e cor dos olhos, tamanho do nariz, altura, cor da pele, etc. 2- Dinâmica das cores: leve um aparelho de som para a classe e coloque uma música suave. Espalhe vários lápis ou gizes de cera de várias cores sobre a mesa e peça para as crianças escolherem a cor que mais lhes agrada. Haverá cores iguais e cores diferentes. Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo fosse de uma só cor — azul, por exemplo. E se tudo fosse amarelo? Ou vermelho? Será que elas comeriam uma banana azul? Ou um morango cinza? Sim? Não? Por quê? Pode-se debater se é bom haver cores diferentes e o porquê. Depois, peça que olhem uns para os outros. Assim como as cores, cada um é diferente. Muitas coisas variam: cor e tipo de cabelo, formato e cor dos olhos, tamanho do nariz, altura, cor da pele. Pergunte que cor de lápis ou giz é mais parecido com a cor da pele de cada um. (Caso algum aluno diga que sua cor é “feia”, procure fazê-lo se sentir valorizado. Esse momento será propício para melhorar a autoestima dessa criança.) Dinâmicas para os Próximos Anos do Ensino Fundamental Começando com jovens do 4º e 5º anos do Ensino Fundamental, o projeto é,basicamente, trocar ideias, debater e discutir para se chegar a uma mudança de atitude. 1- Discutindo preconceito de gênero/sexismo 2- Discutindo as diferenças (porte de deficiência, obesidade, etc.) 3- Discutindo preconceito racial e étnico 1- Discutindo preconceito de gênero/sexismo Questione os alunos: “Menino brinca de boneca?”. Peça, previamente, aos alunos para trazerem, de casa, figuras de diversosprofissionais. Sente-se em roda com eles e analise as figuras. Que profissões são mais retratadas? Essas profissões estão mais ligadas a homens ou a mulheres? Há profissões predominantemente masculinas ou femininas? Por quê? Faça cartazes com frases comumente ouvidas, como, por exemplo: “Menino não chora”, “Esta brincadeira não é para meninas”, “Menino não usa cor-de-rosa”, “Menina é mais frágil que menino”, “Menina não senta de perna aberta”, “Menino não deve dançar balé”, etc. Mostre os cartazes aos alunos e pergunte que outras frases eles já ouviram. Questione por que dizem que meninos e meninas não podem fazer tais coisas. Quem determinou isso? Se possível, traga gravuras que mostrem o contrário do que está escrito nos cartazes. Peça que as crianças levem histórias em quadrinhos para a sala de aula (Turma da Mônica, Walt Disney, etc.). Leia as histórias com eles e chame sua atenção para o papel que é reservado às meninas (São sempre as fofoqueiras? São choronas? São consideradas frágeis?). E os meninos, como são retratados (ativos, líderes, espertos)? Leia com eles alguns contos de fadas e analise o papel das mulheres (princesas esperando serem salvas, cuja realização é casar e ser feliz para sempre). Peça-lhes que reescrevam um conto de fadas, invertendo os papéis masculinos e femininos. Se possível, dramatize o novo conto de fadas com a inversão de papéis. 2- Discutindo as diferenças (porte de deficiência, obesidade, etc.) Alunos portadores de deficiência (física ou mental), alunos obesos, de baixa estatura ou que usam óculos, enfim, que possuem características físicas que chamam a atenção, também costumam sofrer algum tipo de discriminação e, comumente, são alvo de piadas e comentários geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos. Veja, abaixo, algumas atividades para trabalhar esse tema: • Montar um mural com personalidades que apresentem características físicas que fogem aos padrões e questionar o conceito de feio e bonito. • Promover a leitura de livros que abordem a temática do preconceito. • Fazer dramatização dos livros lidos. • Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma história sobre uma criança com uma característica física ou mental especial. Terminadas as histórias, organizá-las em um livro e, se possível, providenciar uma cópia para cada aluno. • Montar, na sala de aula, um mural onde a criança possa desabafar. Se, durante o dia, alguém disser algo que a ofenda ou magoe, ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor. Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes. Esse tipo de atitude poderá ajudar caso você tenha alunos comumente alvo de discriminação (seja por raça, cor, tamanho, porte de alguma deficiência, etc.). 3- Discutindo preconceito racial e étnico Peça que cada aluno monte a sua história (e a da família), falando do brinquedo preferido, da comida de que mais gosta, da família, etc. Monte um livro com todas as histórias dos alunos e pergunte: “Como seria o mundo se todos fossem iguais?”. Confecção de bonecos: é raro encontrar, no mercado, bonecas negras, orientais e indígenas, o que contribui para reforçar a exclusão das crianças desses grupos. Se houver possibilidade, envolva mães, pais, parentes das crianças e confeccionem, juntos, marionetes e bonecos que representem pessoas negras. Evite estereótipos (por exemplo, negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol). Monte, com as crianças, um teatrinho em que haja personagens brancas, negras e amarelas em papéis de igual valor (evite dar sempre os papéis de destaque para alunos brancos). Monte um mural com os personagens preferidos das crianças. Verifique se há algum negro ou oriental. Crie, com os alunos, personagens de diferentes etnias e envolva as crianças na elaboração de uma história em quadrinhos (HQ). Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual população brasileira. Qual a ascendência de cada um? Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuição para a formação da cultura brasileira: na língua, na alimentação, nos costumes, etc. Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuíram para a formação do povo brasileiro, monte, com as crianças, uma feira das nações. Cada grupo pode usar trajes típicos, fazer performances, cantar, enfim, o que a sua criatividade sugerir. Se possível, envolva toda a comunidade escolar nessa feira, abrindo-a para a participação dos pais. |
Fonte: http://www.construirnoticias.com.br/asp/materia.asp?id=1669
As crianças não são naturalmente preconceituosas. Elas aprendem a ser
com os adultos. Aproveite essa fase essencial da vida de todo ser
humano, que é a infância, e valorize sentimentos e valores positivos que
esses pequenos e especiais seres trazem em si.
Sugiro duas formas de iniciar o projeto: uma para alunos que ainda não dominam a escrita e outra para alunos com domínio da escrita. Realizando o projeto com crianças da Educação Infantil e dos 1º, 2º e 3º anos do Ensino Fundamental, pode-se começar a trabalhar o tema fazendo uma dinâmica. 1- Dinâmica das flores: leve flores de diferentes cores e formas para a classe e deixe que cada aluno escolha uma. Depois, pergunte o que chamou a atenção deles para escolher aquela flor. Peça-lhes que percebam as diferentes cores, o perfume, a textura, as diferentes formas. Chame sua atenção para o fato de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas. Em seguida, peça que olhem uns para os outros. Assim como as flores, cada um é diferente, mas não menos importante. Muitas coisas variam: cor e tipo de cabelo, formato e cor dos olhos, tamanho do nariz, altura, cor da pele, etc. 2- Dinâmica das cores: leve um aparelho de som para a classe e coloque uma música suave. Espalhe vários lápis ou gizes de cera de várias cores sobre a mesa e peça para as crianças escolherem a cor que mais lhes agrada. Haverá cores iguais e cores diferentes. Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo fosse de uma só cor — azul, por exemplo. E se tudo fosse amarelo? Ou vermelho? Será que elas comeriam uma banana azul? Ou um morango cinza? Sim? Não? Por quê? Pode-se debater se é bom haver cores diferentes e o porquê. Depois, peça que olhem uns para os outros. Assim como as cores, cada um é diferente. Muitas coisas variam: cor e tipo de cabelo, formato e cor dos olhos, tamanho do nariz, altura, cor da pele. Pergunte que cor de lápis ou giz é mais parecido com a cor da pele de cada um. (Caso algum aluno diga que sua cor é “feia”, procure fazê-lo se sentir valorizado. Esse momento será propício para melhorar a autoestima dessa criança.) Dinâmicas para os Próximos Anos do Ensino Fundamental Começando com jovens do 4º e 5º anos do Ensino Fundamental, o projeto é,basicamente, trocar ideias, debater e discutir para se chegar a uma mudança de atitude. 1- Discutindo preconceito de gênero/sexismo 2- Discutindo as diferenças (porte de deficiência, obesidade, etc.) 3- Discutindo preconceito racial e étnico 1- Discutindo preconceito de gênero/sexismo Questione os alunos: “Menino brinca de boneca?”. Peça, previamente, aos alunos para trazerem, de casa, figuras de diversosprofissionais. Sente-se em roda com eles e analise as figuras. Que profissões são mais retratadas? Essas profissões estão mais ligadas a homens ou a mulheres? Há profissões predominantemente masculinas ou femininas? Por quê? Faça cartazes com frases comumente ouvidas, como, por exemplo: “Menino não chora”, “Esta brincadeira não é para meninas”, “Menino não usa cor-de-rosa”, “Menina é mais frágil que menino”, “Menina não senta de perna aberta”, “Menino não deve dançar balé”, etc. Mostre os cartazes aos alunos e pergunte que outras frases eles já ouviram. Questione por que dizem que meninos e meninas não podem fazer tais coisas. Quem determinou isso? Se possível, traga gravuras que mostrem o contrário do que está escrito nos cartazes. Peça que as crianças levem histórias em quadrinhos para a sala de aula (Turma da Mônica, Walt Disney, etc.). Leia as histórias com eles e chame sua atenção para o papel que é reservado às meninas (São sempre as fofoqueiras? São choronas? São consideradas frágeis?). E os meninos, como são retratados (ativos, líderes, espertos)? Leia com eles alguns contos de fadas e analise o papel das mulheres (princesas esperando serem salvas, cuja realização é casar e ser feliz para sempre). Peça-lhes que reescrevam um conto de fadas, invertendo os papéis masculinos e femininos. Se possível, dramatize o novo conto de fadas com a inversão de papéis. 2- Discutindo as diferenças (porte de deficiência, obesidade, etc.) Alunos portadores de deficiência (física ou mental), alunos obesos, de baixa estatura ou que usam óculos, enfim, que possuem características físicas que chamam a atenção, também costumam sofrer algum tipo de discriminação e, comumente, são alvo de piadas e comentários geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos. Veja, abaixo, algumas atividades para trabalhar esse tema: • Montar um mural com personalidades que apresentem características físicas que fogem aos padrões e questionar o conceito de feio e bonito. • Promover a leitura de livros que abordem a temática do preconceito. • Fazer dramatização dos livros lidos. • Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma história sobre uma criança com uma característica física ou mental especial. Terminadas as histórias, organizá-las em um livro e, se possível, providenciar uma cópia para cada aluno. • Montar, na sala de aula, um mural onde a criança possa desabafar. Se, durante o dia, alguém disser algo que a ofenda ou magoe, ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor. Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes. Esse tipo de atitude poderá ajudar caso você tenha alunos comumente alvo de discriminação (seja por raça, cor, tamanho, porte de alguma deficiência, etc.). 3- Discutindo preconceito racial e étnico Peça que cada aluno monte a sua história (e a da família), falando do brinquedo preferido, da comida de que mais gosta, da família, etc. Monte um livro com todas as histórias dos alunos e pergunte: “Como seria o mundo se todos fossem iguais?”. Confecção de bonecos: é raro encontrar, no mercado, bonecas negras, orientais e indígenas, o que contribui para reforçar a exclusão das crianças desses grupos. Se houver possibilidade, envolva mães, pais, parentes das crianças e confeccionem, juntos, marionetes e bonecos que representem pessoas negras. Evite estereótipos (por exemplo, negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol). Monte, com as crianças, um teatrinho em que haja personagens brancas, negras e amarelas em papéis de igual valor (evite dar sempre os papéis de destaque para alunos brancos). Monte um mural com os personagens preferidos das crianças. Verifique se há algum negro ou oriental. Crie, com os alunos, personagens de diferentes etnias e envolva as crianças na elaboração de uma história em quadrinhos (HQ). Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual população brasileira. Qual a ascendência de cada um? Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuição para a formação da cultura brasileira: na língua, na alimentação, nos costumes, etc. Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuíram para a formação do povo brasileiro, monte, com as crianças, uma feira das nações. Cada grupo pode usar trajes típicos, fazer performances, cantar, enfim, o que a sua criatividade sugerir. Se possível, envolva toda a comunidade escolar nessa feira, abrindo-a para a participação dos pais. |
Fonte: http://www.construirnoticias.com.br/asp/materia.asp?id=1669
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