Em 2017, o que está em jogo nas greves
A pauta é longa e recorrente: cumprimento
da lei do piso, reajustes justos, melhores condições de trabalho e
planos de carreira. Em 2017, as reivindicações dos professores se
repetem, com um acréscimo importante: a defesa da aposentadoria especial para docentes.
O direito – idade mínima
de 50 anos para se aposentar – pode ser derrubado com a Proposta de
Emenda Constitucional (PEC) 287, que reforma a Previdência Social. Em
protesto, a Confederação Nacional dos Trabalhadores de Educação (CNTE)
convocou uma greve nacional para dia 15 de março. Ao menos 20 sindicatos
estaduais disseram que pretendem aderir.
Mas o páreo neste ano
promete ser mais complicado do que de costume. Com o país ainda em
recessão, uma nova regra que estabelece teto para os gastos públicos do
governo federal em Educação e diversos estados e municípios em sérias
dificuldades financeiras, as negociações devem ser duras – prenúncio de
longos períodos sem aula. Para reduzir os prejuízos para os alunos, vale
pensar em alternativas, como quando professores do Ceará se revezaram
na paralisação e na presença em sala. Procurados, Consed e Undime,
entidades que representam os secretários estaduais e municipais de
Educação, não quiseram se pronunciar sobre o tema.
Para os professores, o que está em jogo nas greves? |
PARAR POR QUÊ?
Quatro pontos para entender as pautas deste ano.
1. Professor pode fazer greve?
Hoje, os professores têm
direito à greve como qualquer trabalhador – é o que diz a Constituição
de 1988. Mas existem propostas para regulamentar o caso dos servidores
públicos. Em tramitação no Senado, o Projeto de Lei no 327, de 2014,
prevê submeter a paralisação dos servidores a um julgamento de
“proporcionalidade e razoabilidade”. A proposta tira das mãos dos
sindicatos a autonomia para decidir o momento e o tamanho da
paralisação. Por um lado, limita um direito constitucional. Por outro
garante a manutenção das aulas. É um balanço fundamental a perseguir.
2. Por que docentes têm aposentadoria especial?
Desde o Decreto no
53.831, de 1964, a profissão é classificada como penosa. A lógica é que
atividades como o magistério são mais desgastantes: seria insalubre
manter uma pessoa trabalhando nessa categoria pelo mesmo tempo que nas
demais. No caso das mulheres, considera-se que elas fazem dupla jornada
(entram na conta também as atividades domésticas). Na proposta de
reforma, os professores passariam a responder à regra geral da
Previdência Social: pelo menos 25 anos de contribuição e 65 anos de
idade mínima.
3. Os alunos também vão parar?
Procurada, a União
Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) informou que pretende
apoiar a mobilização dos docentes. A ideia é incentivar os alunos a
realizar atos de protesto a favor das pautas dos educadores. Mas cada
escola tem total autonomia para decidir. Nas ocupações de novembro de
2015, em São Paulo, quanto nas que ocorreram no Paraná em 2016, muitos
professores apoiaram a ação dos estudantes e deram aulas gratuitas
durante a paralisação.
4. Haverá repressão?
Os sindicatos afirmam
que se manifestarão pacificamente. Em todo caso, é importante ter
cautela quanto a reação da força policial que costuma acompanhar as
greves (como aconteceu em abril de 2015, quando policiais entraram em
confronto com professores em frente à Assembleia Legislativa do Paraná).
Neste ano, com a falência de vários estados brasileiros, como o Rio de
Janeiro, há chance maior de os ânimos se acirrarem.
Fonte: NOVA ESCOLA
Escrito por: Anna Rachel Ferreira
Em 2017, o que está em jogo nas greves
A pauta é longa e recorrente: cumprimento
da lei do piso, reajustes justos, melhores condições de trabalho e
planos de carreira. Em 2017, as reivindicações dos professores se
repetem, com um acréscimo importante: a defesa da aposentadoria especial para docentes.
O direito – idade mínima
de 50 anos para se aposentar – pode ser derrubado com a Proposta de
Emenda Constitucional (PEC) 287, que reforma a Previdência Social. Em
protesto, a Confederação Nacional dos Trabalhadores de Educação (CNTE)
convocou uma greve nacional para dia 15 de março. Ao menos 20 sindicatos
estaduais disseram que pretendem aderir.
Mas o páreo neste ano
promete ser mais complicado do que de costume. Com o país ainda em
recessão, uma nova regra que estabelece teto para os gastos públicos do
governo federal em Educação e diversos estados e municípios em sérias
dificuldades financeiras, as negociações devem ser duras – prenúncio de
longos períodos sem aula. Para reduzir os prejuízos para os alunos, vale
pensar em alternativas, como quando professores do Ceará se revezaram
na paralisação e na presença em sala. Procurados, Consed e Undime,
entidades que representam os secretários estaduais e municipais de
Educação, não quiseram se pronunciar sobre o tema.
Para os professores, o que está em jogo nas greves? |
PARAR POR QUÊ?
Quatro pontos para entender as pautas deste ano.
1. Professor pode fazer greve?
Hoje, os professores têm
direito à greve como qualquer trabalhador – é o que diz a Constituição
de 1988. Mas existem propostas para regulamentar o caso dos servidores
públicos. Em tramitação no Senado, o Projeto de Lei no 327, de 2014,
prevê submeter a paralisação dos servidores a um julgamento de
“proporcionalidade e razoabilidade”. A proposta tira das mãos dos
sindicatos a autonomia para decidir o momento e o tamanho da
paralisação. Por um lado, limita um direito constitucional. Por outro
garante a manutenção das aulas. É um balanço fundamental a perseguir.
2. Por que docentes têm aposentadoria especial?
Desde o Decreto no
53.831, de 1964, a profissão é classificada como penosa. A lógica é que
atividades como o magistério são mais desgastantes: seria insalubre
manter uma pessoa trabalhando nessa categoria pelo mesmo tempo que nas
demais. No caso das mulheres, considera-se que elas fazem dupla jornada
(entram na conta também as atividades domésticas). Na proposta de
reforma, os professores passariam a responder à regra geral da
Previdência Social: pelo menos 25 anos de contribuição e 65 anos de
idade mínima.
3. Os alunos também vão parar?
Procurada, a União
Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) informou que pretende
apoiar a mobilização dos docentes. A ideia é incentivar os alunos a
realizar atos de protesto a favor das pautas dos educadores. Mas cada
escola tem total autonomia para decidir. Nas ocupações de novembro de
2015, em São Paulo, quanto nas que ocorreram no Paraná em 2016, muitos
professores apoiaram a ação dos estudantes e deram aulas gratuitas
durante a paralisação.
4. Haverá repressão?
Os sindicatos afirmam
que se manifestarão pacificamente. Em todo caso, é importante ter
cautela quanto a reação da força policial que costuma acompanhar as
greves (como aconteceu em abril de 2015, quando policiais entraram em
confronto com professores em frente à Assembleia Legislativa do Paraná).
Neste ano, com a falência de vários estados brasileiros, como o Rio de
Janeiro, há chance maior de os ânimos se acirrarem.
Fonte: NOVA ESCOLA
Escrito por: Anna Rachel Ferreira
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