PARA CRIANÇAS ATÉ 3 ANOS, ESSE DESABAFO É UMA FORMA DE COMUNICAÇÃO
IMPORTANTE. SAIBA AQUI QUAL É A MELHOR MANEIRA DE LIDAR COM AS LÁGRIMAS
VÁRIOS TIPOS O choro transmite o que os pequenos não sabem dizer. É
preciso aprender a identificar a mensagem. Fotos: Kriz Knack Adaptar-se
ao ambiente e à equipe da creche, despedir-se da família, avisar que a
fralda está suja ou que a barriga dói, perder um brinquedo para um
colega... Pode não parecer, mas a vida de uma criança até 3 anos tem uma
porção de desafios e uma boa dose de estresse! Sem contar com a fala
bem desenvolvida, os pequenos não têm muitas opções além das lágrimas,
que podem acompanhar chorinhos sofridos ou mesmo choradeiras de assustar
a vizinhança.
Para o educador, enfrentar momentos como esses está longe de ser fácil. É
natural que surjam sinais de frustração, irritação e, principalmente,
falta de paciência. Mas tudo fica mais simples quando se conhece o
desenvolvimento infantil e há acolhimento e uma permanente construção de
vínculos afetivos com os bebês e as crianças - um trabalho fundamental,
que começa ao iniciarem a adaptação e segue ao longo do ano.
Nos primeiros dias da criança na creche, a equipe ainda não distingue os
tipos de choro dela. "Há o que expressa dor, o de ‘acordei, vem me
buscar’ e o de saudade, entre tantos outros. Quem investe em um cuidado
atento passa a identificar essas diferenças e, assim, descobre qual é a
melhor atitude a tomar", diz Edimara de Lima, psicopedagoga da
Associação Brasileira de Psicopedagogia.
Para decifrar as lágrimas, é preciso ter em mente que o objetivo dos
bebês é comunicar que algo vai mal. "Eles relacionam o choro a uma
reação boa. Afinal, alguém vem atendê-los. Esse é o jeito que eles têm
de dizer ‘estou tentando lidar com um problema, mas não está fácil’. Por
isso, deve-se evitar ideias preconcebidas e tentar entender o que o
choro expressa", orienta Beatriz Ferraz, coordenadora do Núcleo de
Educação Infantil do Centro de Educação e Documentação para Ação
Comunitária (Cedac).
Essa pesquisa parte de tentativas e erros e, com o tempo, chega a várias
respostas. Quando há dor física, deve-se agir no ato e buscar as
devidas orientações médicas. A dor emocional também merece ação rápida e
aconchego. "Costumam dizer que, se pegar no colo, a criança fica
manhosa. Mas colo e carinho não estragam ninguém e são sempre
bem-vindos", garante Regina Célia Marques Teles, diretora da Creche
Carochinha, em Ribeirão Preto, a 319 quilômetros de São Paulo.
Partindo dessa premissa, Vera Cristina Figueiredo, coordenadora de
projetos da associação Grão da Vida, em São Paulo, desenvolveu com sua
equipe uma proposta preventiva baseada no acolhimento constante. "Logo
notamos a importância do brincar junto e do estar próximo, atento às
realizações e descobertas dos pequenos. Dar atenção nesses momentos, e
não apenas na hora de impor limites, gera tranquilidade e faz o pranto
diminuir", conta. Essa experiência jogou por terra a teoria de que
acolher deixa os pequenos grudentos e dependentes. "O carinho gera
ganhos consideráveis em termos de autonomia", garante Vera.
Não é raro que um simples conflito tome proporções de catástrofe
mundial, com direito a gritos, sacudidas pelo chão e soluços sem fim.
"Às vezes, a criança perde o controle e não consegue voltar ao normal
sozinha. Não dá para cruzar os braços e esperar isso passar nem tentar
resolver na conversa", relata Regina Célia. Também não vale cair na
armadilha de fazer chantagens para o choro cessar. O melhor é mostrar
que entende o problema e pedir que ela respire fundo, lave o rosto e
sente no seu colo, passando a mensagem de que você confia que ela vai se
acalmar. Não perca a chance: respire fundo e tome fôlego também.
PARA CRIANÇAS ATÉ 3 ANOS, ESSE DESABAFO É UMA FORMA DE COMUNICAÇÃO
IMPORTANTE. SAIBA AQUI QUAL É A MELHOR MANEIRA DE LIDAR COM AS LÁGRIMAS
VÁRIOS TIPOS O choro transmite o que os pequenos não sabem dizer. É
preciso aprender a identificar a mensagem. Fotos: Kriz Knack Adaptar-se
ao ambiente e à equipe da creche, despedir-se da família, avisar que a
fralda está suja ou que a barriga dói, perder um brinquedo para um
colega... Pode não parecer, mas a vida de uma criança até 3 anos tem uma
porção de desafios e uma boa dose de estresse! Sem contar com a fala
bem desenvolvida, os pequenos não têm muitas opções além das lágrimas,
que podem acompanhar chorinhos sofridos ou mesmo choradeiras de assustar
a vizinhança.
Para o educador, enfrentar momentos como esses está longe de ser fácil. É
natural que surjam sinais de frustração, irritação e, principalmente,
falta de paciência. Mas tudo fica mais simples quando se conhece o
desenvolvimento infantil e há acolhimento e uma permanente construção de
vínculos afetivos com os bebês e as crianças - um trabalho fundamental,
que começa ao iniciarem a adaptação e segue ao longo do ano.
Nos primeiros dias da criança na creche, a equipe ainda não distingue os
tipos de choro dela. "Há o que expressa dor, o de ‘acordei, vem me
buscar’ e o de saudade, entre tantos outros. Quem investe em um cuidado
atento passa a identificar essas diferenças e, assim, descobre qual é a
melhor atitude a tomar", diz Edimara de Lima, psicopedagoga da
Associação Brasileira de Psicopedagogia.
Para decifrar as lágrimas, é preciso ter em mente que o objetivo dos
bebês é comunicar que algo vai mal. "Eles relacionam o choro a uma
reação boa. Afinal, alguém vem atendê-los. Esse é o jeito que eles têm
de dizer ‘estou tentando lidar com um problema, mas não está fácil’. Por
isso, deve-se evitar ideias preconcebidas e tentar entender o que o
choro expressa", orienta Beatriz Ferraz, coordenadora do Núcleo de
Educação Infantil do Centro de Educação e Documentação para Ação
Comunitária (Cedac).
Essa pesquisa parte de tentativas e erros e, com o tempo, chega a várias
respostas. Quando há dor física, deve-se agir no ato e buscar as
devidas orientações médicas. A dor emocional também merece ação rápida e
aconchego. "Costumam dizer que, se pegar no colo, a criança fica
manhosa. Mas colo e carinho não estragam ninguém e são sempre
bem-vindos", garante Regina Célia Marques Teles, diretora da Creche
Carochinha, em Ribeirão Preto, a 319 quilômetros de São Paulo.
Partindo dessa premissa, Vera Cristina Figueiredo, coordenadora de
projetos da associação Grão da Vida, em São Paulo, desenvolveu com sua
equipe uma proposta preventiva baseada no acolhimento constante. "Logo
notamos a importância do brincar junto e do estar próximo, atento às
realizações e descobertas dos pequenos. Dar atenção nesses momentos, e
não apenas na hora de impor limites, gera tranquilidade e faz o pranto
diminuir", conta. Essa experiência jogou por terra a teoria de que
acolher deixa os pequenos grudentos e dependentes. "O carinho gera
ganhos consideráveis em termos de autonomia", garante Vera.
Não é raro que um simples conflito tome proporções de catástrofe
mundial, com direito a gritos, sacudidas pelo chão e soluços sem fim.
"Às vezes, a criança perde o controle e não consegue voltar ao normal
sozinha. Não dá para cruzar os braços e esperar isso passar nem tentar
resolver na conversa", relata Regina Célia. Também não vale cair na
armadilha de fazer chantagens para o choro cessar. O melhor é mostrar
que entende o problema e pedir que ela respire fundo, lave o rosto e
sente no seu colo, passando a mensagem de que você confia que ela vai se
acalmar. Não perca a chance: respire fundo e tome fôlego também.
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